domingo, 17 de agosto de 2008

As técnicas do Yôga são exercícios de auto-superação

Esta postagem foi motivada para complementar o que o Marco Carvalho escreveu em seu blog.


O sádhana (prática) de yôga por si só já é um trabalho completo de auto-superação que atinge e influencia todos os aspectos da consciência e personalidade humana individual.

Porém, gostaria de propor um exercício em particular, teoricamente simples, que provoca resultados que vão além do efeito direto que aparenta e influencia alguns outros aspectos da natureza humana.

Em seu livro Tratado de Yôga, no capítulo onde descreve as oito Regras Gerais de Execução, DeRose propõe uma regra muito interessante para o desenvolvimento dos ásanas. Na verdade, esta regra é um subitem da Regra de Permanência no Ásana. Ela é fantástica pois leva em consideração a Regra Geral de Segurança, que respeita os limites do corpo além de ser um treino de disciplina e constância. São estas últimas características que forjam uma personalidade de sucesso.

"Comece permanecendo apenas um segundo no primeiro dia, dois segundos no segundo dia, três segundos no terceiro dia, quatro no quarto e assim sucessivamente. Dessa forma, quando completar um ano você estará permanecendo cerca de 365 segundos."

Este procedimento só funciona e só é seguro se o praticante for disciplinado e sistemático, não falhando um dia se quer. Caso precise interromper um ou mais dias, deve regredir em sua permanência o número de segundos equivalente aproximadamente ao de dias durante os quais ficou parado.

No inicio vai parecer moleza. Mas com o passar do dias e o acúmulo do tempo, a prática se tornará desafiadora! Um verdadeiro exercício de auto-superação (tapas) não apenas físico, mas também psicológico, desenvolvendo uma força de vontade muito grande.

Sugestão: Escolha técnicas fáceis ou preparatórias para outras mais adiantadas. Quando chegar a um tempo de permanência grande, poderá passar a técnicas e variações mais adiantadas.

Ex:

  1. Primeiro o ardha pakshásana (199). Depois substitua-o pelo rája pakshásana (207). -> equilíbrio
  2. Primeiro o rája trikônásana (312). Depois substitua-o pelo rája nitambásana (282). -> latero-flexão
  3. Primeiro o ardha ou rája paschimôttánásana (716). Depois substitua-o pelo upavishta kônásana (786). -> ante-flexão
  4. Primeiro o rája chatuspádásana (1365). Depois substitua-o pelo rája kákásana (1542). -> muscular
  5. Primeiro o ardha matsyêndrásana(1062). Depois substitua-o pelo uttána baddha matsyêndrásana (1072). -> torção
  6. Primeiro o rája sarpásana (1257). Depois substitua-o pelo rája ou mahá shalabhásana (1270). -> retro-flexão
  7. Primeiro o rája grivásana (1942). Depois substitua-o pelo rája sírshásana (1958). -> invertida

Estes ásanas você encontra no livro supracitado e os números ao lado de cada nome são para facilitar sua localização.


Convido algum colega a escrever mais sobre isso e quem sabe disponibilizar algumas fotos. :)


Boa prática!

4 comentários:

Anônimo disse...

Heduan! Parabéns por ter respondido tão rapidamente à proposta do Marco!

Anônimo disse...

Gracias Heduan, muy buenas las notas!!!!!!!!
Pedro

http://www.youtube.com/my_videos

Bruno Vilela disse...

É fantástico como isso reverbera depois para o dia-a-dia. Parabéns pelo blog está com excelente conteúdo.

Anônimo disse...

Além de estimular a superação, a progressão de um segundo por dia permitirá que o praticante usufrua de todo o prazer que um ásana pode proporcionar.